Recentemente,
o etnomusicológico moçambicano, Luka Mukhavele abriu a intimidade da sua
residência para, em nome da cultura, acolher cidadãos de (quase) todo o mundo -
com as suas culturas, tradições, línguas, práticas e costumes - afim de, numa
insólita harmonia, celebrarem a vida. O evento foi uma miniatura de um mundo
que só se tem por utopia. África continua a ser a parcela (mais) vulnerável.
nunca antes uma sentença reuniu (bastante) sentido quando pronunciada: Africa
wake up!
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Luc Andrié: Artes sem favores!
Impetuoso,
cheio de energia e sabedoria saloia, nem a mais rigorosa crítica às artes detém
o artista plástico suíço. Luc Andrié chegou (ao V Muvart) com um assunto sério
e desafiador: O Homem branco já não tem pele...
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Em tudo isso, perdeu-se um (grande) humanista!
“Isto
não está bom, mas já esteve muito pior. Portanto, pedia-lhes que lutassem pela
mudança das coisas no seu país. Este país merece o contributo de todos e
precisamos de gente de qualidade, independentemente de raças e credos”, Kon Nam
(1939 – 2012).
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
Cinema: A Trança (está) Madura!
Quando
criança, o autor destas linhas costumava ouvir as pessoas adultas – em
particular os seus progenitores – a reprimirem os filhos sempre que estes os
“acusassem” de estar a mentir em relação a determinados factos. Hoje, com mais
de 20 anos de vida, compreende claramente que eles não mentiam, como
(equivocadamente) se dizia, simplesmente falhavam: Victor Sousa, um ancião de
60 anos de idade, não tem nenhum prazer de dizer inverdades. Descubra, em A
Trança Madura, as verdades a partir das quais o artista açoita os “nossos pais”
pelas falhas que cometeram...
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
Uma promiscuidade imunda na Aldeia!
A culpada é
a Vista. Não, isso não
constitui a verdade, o culpado é
o Ouvido. Mentira! A verdadeira infracção
é a escassez de discernimento, a abundância de estupidez e a fraqueza que povoam o Coração. Na sua Aldeia, a Vista, o Ouvido e o Coração acordaram
agitados. Ignotos da real origem da sua
precariedade social e humana, apontavam a culpa um ao outro até que,
finalmente, se desentenderam.
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
Arte contemporânea movimenta Maputo!
No
Primeiro de Agosto do ano em curso, a capital moçambicana, Maputo, movida pelo
Muvart, deixou de ser uma cidade pacata “perdida” na África Austral e
movimentou-se. A partir da referida efeméride até o fim do mês, os seus
citadinos começaram a encontrar satisfação para o seu ego – a arte
contemporânea.
Para o
poder político nacional, semelhante aos outros dias desprovidos de uma
visibilidade especial no calendário nacional, o Primeiro de Agosto continua a
ser um dia amorfo e sem significado cativo. Entretanto, considerar o mesmo
perante os artistas e amantes das artes não parece reunir algum consenso.
Humor: Riam-se, mas aprendam!
No
quotidiano, além de lamentarem a sua penosa condição social, clamam
pelo prometido futuro melhor. No entanto, enquanto com o passar do tempo não
se operarem melhores (e necessárias) transformações, outros cidadãos aproveitam-se da referida penúria para se
entreterem e, invariavelmente, transmitirem
alguma educação. Eles chamam-se moçambicanos...
Numa das recentes edições do programa Improriso – realizado no país
por um conjunto de jovens actores e humoristas – uma das figuras que, além do
aspecto cómico dos assuntos que discute em palco, denunciou alguma preocupação assinalável no aspecto da educação e construção social dos seus
admiradores e fãs e, por extensão, de todos os moçambicanos, foi Mário Mabjaia.
Tenho medo das coisas que sinto!
No outro dia acordei com
vontades estranhas nas entranhas da minha existência: Ouvir a música do
silêncio. Farejar o odor da maresia. Encenar uma possível história de um amor
impossível no marulho. Visitar uma ilha virgem, pura, genuína, deserta e
inexistente. Nadar na indefinição do azul marinho e perder-me na amálgama do
invariável verde das algas murchas. Era estranho, mas eu sentia.
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
Poder do desconhecido
Eu falo com gente
desconhecida
Privo com ela
A amizade desabrocha e
floresce
Tudo é natural
A minha meta é ser amigo do
desconhecido
Eu falo sozinho e provoco o
debate deles
Eles maldizem-me mas
sentem-se instigados a falar porque
As minhas loucuras, os meus
devaneios e as minhas utopias se impõem
Criam-lhes cócegas na língua
Lançado IX Prémio Literário Valdeck Almeida de Jesus
Ode aos fracos!
Os fracos não conseguem identificar
Os seus pontos fracos.
Atacam a uma periferia
Largamente anónima que só
Lhes ajuda a fecundar a sua
vulnerabilidade
Em resultado disso,
Estão condenados a morrer
Sem, no mínimo, farejar o odor da gloria
in Colecção Recados a Um Amigo, obra que não existe.
sexta-feira, 27 de julho de 2012
Sonhos para mudar Moçambique!
Desengane-se quem pensa que, ao participar no Concurso Literário Eu Tenho Um Sonho, Francisco Joaquim Pedro Chuquela, o primeiro classificado do evento, tinha em mente os benefícios materiais que da sua eventual vitória poderiam advir. A verdade é que, conforme considera, “eu precisava de desabafar”.
Render-se à Ilusão de Óptica!
À semelhança do que sucede na Música Para Surdos e Mudos, na conversa que travámos com Níria Fire aprendemos que, às vezes, os Homens têm dificuldades de falar. No entanto, o mesmo já não se deve considerar em relação às obras que compõem a Ilusão de Óptica. Perante as telas, instalou-se-nos um (novo) desafio: desvendar as suas mensagens...
Para os leitores mais atentos, quando analisada ao pé da letra, a nossa introdução pode sugerir a ideia de um grande contra-senso: “como é que uma pessoa (no caso, a autora das telas que compõem a mostra Ilusão de Óptica) pode falar e dizer menos – ou quase nada – que as suas criaturas artísticas?” Se a inquietação tiver sido formulada desta forma, nada mais nos resta do que reconhecer a sua legitimidade.
Marginalizar a marginalização!
Podiam ser a metáfora da ruína em que se encontra a Avenida Marginal na Baía de Maputo. No entanto, a verdade é que nem o elevado custo de vida com que se debatem na capital os arruína. Resgatando os desperdícios em que determinados objectos se transformam depois de usados, os membros da Associação de Fomento da Escultura Maconde (AFEMA) imortalizam a mais antiga forma de produção da herança cultural da humanidade, o artesanato, e garantem a (própria) sobrevivência.
Quando a doença é (apenas) uma imaginação!
No fim do semestre passado, tivemos a oportunidade de assistir a peças teatrais protagonizadas pelos estudantes do Curso de Teatro da Escola de Comunicação e Arte, em Maputo. Entre as obras, ficámos impressionados com O Doente Imaginário de Molière. Um possível retrato da sociedade que se edifica no país...
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